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Mostrando postagens de junho, 2021

F A Z F A L T A

Hoje tem crônica no Blog! Confiram o texto de Anna Helena Cury Haddad. F A Z   F A L T A Gosto, gosto do sol batendo no meu rosto, o contraste do frio com o quente, do doce com o amargo, bombons embrulhados em papel colorido. Ah se me chamasse Raimundo, um mundo tão vasto que eu hoje habito, entre quatro paredes. Saio devagar, devagarinho, não tenho para onde ir, Nova Iorque não existe mais e Jaques está dentro do meu notebook. "Logo hoje Mel? Não vê que estou ocupado? Amanhã me ocupo de ti". Então desenho um sol, o sol que não esquenta, que não bate em mim, aliás não bate em ninguém, cão que ladra não morde. Joga fora. Troca por outro. Troca o mundo por um grão de arroz, nele posso gravar o meu nome e pendurar no pescoço. Levanto-me às 10 para trabalhar, na real, sem culpa, preciso descontar as horas que passei contando carneirinhos. Abro meu computador e conto quantas pessoas cabem. Uma, duas, três… sabia que as posições aparecem trocadas? Penso que estou no topo, mas e

Crônica de uma Andarilha na Pandemia

Marcia de Mello Franco nos presenteia com sua poesia em tempos duros de pandemia. Confira hoje no Blog do Departamento. CRÔNICA DE UMA ANDARILHA NA PANDEMIA Parecendo um inseto, de máscara bicuda e óculos de sol, saí para caminhar no sábado ensolarado. Na primeira esquina em que virei já avistei um grupo de pessoas enfileiradas olhando para cima. Alguém estaria prestes a saltar pela janela? Um incêndio em algum prédio? O super-homem? Não... Eram três saguis, andando alegremente pelos fios de eletricidade e fazendo acrobacias. As pessoas sorriam encantadas por baixo de suas máscaras. Afinal, estávamos em Perdizes, bairro bastante central da cidade. Esta cena me remeteu a outra vivida há umas duas semanas atrás. Passava pelo Sedes, lugar onde entrei tantas vezes para trabalhar ou estudar, e vi um casal em cima do muro, colhendo abacates da árvore do prédio ao lado. _- “Vocês têm até equipamento!”, eu disse a eles ao vê-los usar uma haste com uma cesta na ponta. A mulher me oferece