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Mostrando postagens de novembro, 2017

Psicanálise e Racismo no Brasil – Duas Histórias

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Dia 20 de novembro foi feriado da  Consciência Negra  e, por isso, Ana Carolina Vásárhelyi de Paula Santos, psicanalista, membro do Departamento e integrante da equipe deste Blog, preparou um post para relembrar a história de duas psicanalistas negras importantes –  Virginia Leone Bicudo e Neusa Santos Souza –  e nos lembrar daqueles que atualmente trabalham com o tema do negro e do racismo. Importante conferir! Psicanálise e Racismo no Brasil – Duas Histórias Ana Carolina Vásárhelyi de Paula Santos O dia da consciência negra, celebrado dia 20 de novembro, recoloca fortemente a questão de que se faz necessário lembrarmos da história, além do líder Zumbi dos Palmares, de tantos outros negros que contribuíram para a construção da história do Brasil e que por razões não tão obscuras ficam esquecidos. Nossa intenção aqui é a de relembrar, simplesmente. Recontar uma história, trazer a experiência vivida por alguns desses personagens, como forma de enfrentamento do raci

Sobre o evento "O Departamento vai ao Cinema: Era o Hotel Cambridge", realizado em 21/10/17, confira hoje o texto de nossa colunista Maria Laurinda Ribeiro de Souza.

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Era o Hotel Cambridge – um convite à Ocupação das ruas Assisti a Era o Hotel Cambridge durante o evento promovido pelo Departamento de Psicanálise, no Espaço Itaú de Cinema, em 21.10.2017. Depois do filme, uma roda de conversa com mediação de Pedro Mascarenhas e Heidi Tabacof.  Além do público, a presença de Eliane Caffé (diretora do longa), Carla Caffé (diretora de arte), Carmen Silva (coordenadora do Movimento Sem Teto do Centro e figura marcante no filme), Julian Fuks (escritor e residente artístico da Ocupação), Soraia Bento (Coletivo escutando a cidade). Pedro iniciou a conversa perguntando ao público sobre as impressões e ressonâncias provocadas pelo filme. Surgiram respostas, perguntas, comentários, silêncios. As falas apontaram para  a intensidade das cenas, para a diversidade de culturas coabitando o mesmo espaço, para o sentido dessas ocupações, a impossibilidade de fronteiras entre a realidade e a ficção, o lugar da poesia, da literatura... Julian contou um pouco d

Experiência do psicanalista Ricardo Gomides, com o texto "O outro em nós. Analisando o cotidiano através do acompanhamento terapêutico".

Dando continuidade aos textos sobre Acompanhamento Terapêutico, confira agora no blog a experiência do psicanalista Ricardo Gomides, com o texto "O outro em nós. Analisando o cotidiano através do acompanhamento terapêutico". A imersão na cultura gera efeitos surpreendentes. Com o tempo, podemos ser contagiados por gostos alheios, modos de agir estranhos a nossos hábitos e, não raro, até emitimos juízos com os quais não concordaríamos posteriormente. Os afetos investidos em amigos, colegas de trabalho ou familiares trazem a reboque possibilidades de identificações com outros valores, tornando a vida psíquica um trânsito singular de opiniões e posturas que passamos de um a outro como moeda destinada ao reconhecimento mútuo ou pertencimento grupal. Sem grande crítica, às vezes mantemo-nos na rede de trocas repetindo enunciados que se passam por nossos apenas enquanto os encaminhamos ao outro tal como nos chegou. Quando os afetos tornam-se agudos e surgem polarizações maci

Acompanhamento Terapêutico no Envelhecimento: uma clínica política

Nesta semana, o blog publica dois textos sobre o trabalho de Acompanhamento Terapêutico. Confira agora a experiência da psicanalista Camila Morais, com o texto "Acompanhamento Terapêutico no Envelhecimento: Uma Clínica política". Acompanhamento Terapêutico no Envelhecimento: uma clínica política                                                                                                                     Camila Morais O Acompanhamento terapêutico (AT), pratica clínica de origem latino-americana, surgiu no campo da saúde mental  a partir da necessidade de produção de novos dispositivos  de tratamento  visando o enlaçamento da loucura ao contexto social. Esta é uma modalidade de atendimento clínico que ocorre fora do setting tradicional (consultório), tendo a rua, a casa  do acompanhado  e outros tantos espaços públicos e privados que fazem parte do cotidiano, como   erritórios para suas intervenções. No Brasil, depois do golpe militar de 1964, vivemos sob a

Seção de cine resenhas sobre o filme Mãe do diretor Darren Aronofsky

“Mãe!”, de Darren Aronofsky Sérgio Telles O espectador sente um crescente incômodo durante a exibição de “Mãe!” (2017), último filme do premiado diretor Darren Aronofsky, autor do bem sucedido “Cisne Negro” (2010). Talvez por não conseguir enquadrá-lo de imediato em nenhuma das categorias às quais está habituado. Seria esse um filme realista ou surrealista? Seria um filme de suspense, um drama psicológico, um policial, uma grande farsa? Tampouco consegue ele se identificar com as situações e personagens, o que o deixa confuso e perdido. Vemos um casal, formado por um homem maduro e sua jovem mulher, morando numa grande casa antiga que ela está restaurando sozinha, algo que de imediato soa estranho, pouco verossímil. A casa se situa na clareira de uma mata, cercada de árvores por todos os lados. Ele é um conhecido poeta que procura a reclusão visando reencontrar a inspiração, vencer o bloqueio que o impede de escrever. Ela zela pela casa e pelo conforto do marido. Mas logo el