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Mostrando postagens de abril, 2021

Dia 31 de Março de 2021: Mal de Arquivo, uma Ex-Periência

Nossa colega Tânia Corghi Veríssimo compartilha com o Blog do Departamento de Psicanálise uma experiência inacreditável e nos mostra, ao fazê-lo, a importância dos espaços coletivos para tecer reflexões e construções, para que possamos encontrar brechas, respiros, em tempos nublados. DIA 31 DE MARÇO DE 2021: MAL DE ARQUIVO, UMA EX-PERIÊNCIA O que escolhi compartilhar com vocês, colegas do Departamento de Psicanálise, parte de um substrato comum. Encontra-se com um desejo familiar a nós, psicanalistas, que acreditam na potência do trabalho psíquico tecido pelo laço com o Outro, no desejo de transformar grande intensidade corporal em narrativa e efetuar a passagem da angústia encalacrada ao corpo para um campo livre de palavras (que, até então, não sei quais serão). Mas há a pandemia, os tempos são duros, propõem o anti-movimento, a anti-circulação, o fechamento e isolamento, a quebra de laços vitais e vias de encontro e elaboração, apontando para o desafio de renovarmos caminhos,

Nosso espaço de formação e a pandemia

O Blog publica nesta semana o texto de Maria Laurinda , professora do Curso de Psicanálise, que elenca as questões decorrentes das mudanças necessárias para manter um curso de psicanálise na pandemia. É possível continuar a formação pela internet? Os seminários e as supervisões têm o mesmo estatuto? Como preservar a intimidade ética dos acompanhamentos clínicos? NOSSO ESPAÇO DE FORMAÇÃO E A PANDEMIA M. Laurinda R. Sousa. Março/2021 – para não comemorar o 31/1.   O Curso de Psicanálise do Departamento de Psicanálise do Sedes Sapientiae, assim como todos os espaços sociais, institucionais ou não, viu-se impactado pela Pandemia. Em março de 2020 havíamos iniciado os encontros presenciais com os jovens analistas (é preciso, agora, que em diferentes momentos, façamos essa diferenciação – presencial/virtual), quando se colocou a necessidade do isolamento, do “Fiquem em casa”. Que fazer? Como fazer? As mesmas questões se colocaram com relação à clínica e suas especificidades s

Culto aos Corpos Disciplinados

Thiago Majolo escreve sobre o ódio moralista representado no discurso do nosso vice-presidente acerca da decisão judicial sobre a liberação dos cultos religiosos presenciais. Confiram! CULTO AOS CORPOS DISCIPLINADOS No sábado de 3 de abril deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kássio Nunes Marques, decretou liberação de cultos religiosos durante a fase mais grave da pandemia, decisão essa que foi revogada dias depois pelo também ministro Gilmar Mendes. O quiprocó continua. No esteio da discussão, o vice-presidente Hamilton Mourão, numa entrevista coletiva, disse: “As pessoas que frequentam o culto, o templo, são pessoas mais disciplinadas. É diferente de baladas, festas clandestinas que acontecem. Também não vou colocar no mesmo nível, são duas atividades totalmente distintas. Uma é espiritual e a outra é “corporal”, vamos dizer assim.” Não vou me ater aqui às questões sanitárias, porque seria chover no molhado do bom senso de que nenhum tipo de aglomeraçã

Sobre Bozos (1) e Maricas – um esforço de pensamento sobre o laço social

O Blog apresenta nessa semana, o texto da psicanalista, professora e escritora Maria de Fatima Vicente , que trata dos campos de identificação e segregação, cada vez mais fixos e imutáveis, que se servem do outro como alvo pra onde o olho aponta. SOBRE BOZOS (1) E MARICAS – UM ESFORÇO DE PENSAMENTO SOBRE O LAÇO SOCIAL   Há algum tempo vi de relance uma foto no Facebook, daquelas que abatem nosso ânimo. Li um ou dois dos comentários e a um que dizia "é o fundo do poço" reagi em concordância, talvez com o emoji que expressa raiva, talvez com o que expressa tristeza. Entretanto, algo me fisgou na ocasião e a insistente lembrança da foto se tornou enigmática. A escrita que segue é um esforço de pensamento que busca ler a partir da insistente interpelação do que vi. Ocupando quase todo o espaço da foto, pode-se ver um homem e uma mulher que olham bem de frente, entre sorridentes e insolentes, para aqueles que os vierem olhar. Ao fundo, vislumbra-se um espaço aberto e públi