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Mostrando postagens de novembro, 2020

Carta à “analista em linha

O Blog publica hoje o texto-carta para uma analista em linha, escrito por Renata Calife Fortes .   CARTA À “ANALISTA EM LINHA” (1) Renata Calife Fortes   Em março de 2020 todas as portas automáticas se fecharam. Esta imagem me remeteu a deliciosa série do Agente 86 exibida nos anos 70, você se lembra? Nela, o personagem andava e as portas iam fechando-se atrás dele num ritmo constante, até que ele se deparava com uma cabine telefônica. Era o recurso que restava. Você me comunicou que os atendimentos passariam a ser realizados em linha. Fiquei sabendo que os analistas estavam testando algumas modalidades: com ou sem tela. Pensei que de acordo com cada atendimento, o perfil do paciente, os sintomas, o momento da análise, escolheriam um recurso em detrimento ao outro. Eu, era uma paciente que já usava o divã, fato que, confesso no meu imaginário, dava um ar de maturidade ao meu processo analítico, fiquei aguardando meu veredicto. Fui alçada a categoria, “só lin

Angústias são braços debruçados em varandas vazias

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  No Blog do Departamento um texto/poema do colega Alcimar Alves de Souza Lima .   Angústias são braços debruçados em varandas vazias Angústia é tensão que ainda não ganhou extensão em palavras.   Nesse nó congelado, saídas não existem. Prisão sem janelas, sem grades. Grades permeiam a luz do sol, ventos e brisas. Angústia, quarto escuro. Quarto escuro potência em si, lá habita o instante sem nome. Sensação. Naquele cubículo somos. Sensações. Ora, ora. Tudo parecia tão denso, profundo, agora angústia é uma sensação. Intensidade dor, intensidade cegueira, intensidade pressão.   Nunca tinha pensado que angústia era uma sensação e esta palavra angústia, carrega em si uma força asfixiante. Instante, intensidade dor, vestindo-se de angústia.   Angústia é uma tensão que ainda não ganhou extensão em palavras. Um momento mágico pulsa, pulsam os períodos, tempos nos quais escorrem chuvas que molham os parágrafos dos livros. O segredo secreto que vivemos, é

Voltar ou não voltar?

Caros colegas apresentamos hoje no Blog uma breve reflexão de nossa colega Gisele Senne de Moraes sobre o retorno aos consultórios Voltar ou não voltar? Como muitos, tenho me questionado sobre o momento de voltar a atender no consultório. Alguns (poucos) já voltaram para atendimentos presenciais, regularmente ou pontualmente, para uma sessão em especial, para um paciente em particular. Como tem sido esta experiência? Como voltaremos? Mascarados? Dá para escutar bem o paciente que fala usando máscara? Bom, nem pensar em ar condicionado, certo? Mesmo no calor de 40º de um dia de verão? Janela aberta? E barulho da rua, mosquitos no final da tarde? Uma janela só, mais de uma janela? Mudança na configuração da sala, para que poltrona e divã mantenham distanciamento social? Sala de espera fechada com certeza, nada de paciente chegando antes... E café e água? Talvez uma aguinha com copos descartáveis? Banheiro higienizado a cada novo paciente? Rola colocar uma placa solicitando que a p