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Mostrando postagens de 2016

A Clínica do Sedes Sapientiae existe há 68 anos. Saiba um pouco sobre este excelente trabalho de equipe no texto de Cláudia Monti

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Clínica Psicológica do Instituto Sedes Sapientiae Uma parte de sua história Na recepção a novos pacientes, em um grupo composto por pais e mães de 7 crianças, 5 trazem como motivo de sua vinda o fato de que seus filhos não estão correspondendo às expectativas da instituição escolar que frequentam: seja em relação à aprendizagem formal, que não vem ocorrendo no momento e da forma esperados, seja em relação ao modo de estar no espaço escolar. Em geral, a fala que se repete é a de que “não param quietos, não se concentram, não atendem aos pedidos que lhes são feitos. Só querem brincar”. Muitas destas crianças, aos 6 ou 7 anos de idade, já chegam à Clínica com diagnósticos prévios fechados e medicadas. O modo como escutamos e conduzimos esses primeiros encontros revela nosso compromisso ético-político: além da história singular de cada um, nos propomos pensar o sujeito criança inserido e afetado por seu contexto sócio cultural, incluindo na compreensão e manejo clínicos as relações

Os poliálogos nas sociedades de matizes

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Texto de Alcimar Alves de Souza Lima Por ocasião das manifestações nas ruas no ano de 2013, escrevi o artigo “Das sociedades de massas às sociedades de matizes”. Neste texto abordei um acontecimento ímpar, que era uma nova auto-organização do social a qual estava sendo pulsada naquele momento. Esta nova forma consistia em que a população estava podendo se auto-organizar nas redes sociais a respeito de suas insatisfações políticas. Num segundo momento deste processo, o que estava acontecendo no universo virtual realizava-se nas ruas. Verdadeiras nuvens de pessoas ocupavam as esferas públicas aparentemente sem nenhuma proposta concreta no sentido político/social. Apesar dos disparadores todos os conteúdos manifestos em cartazes, que surgiam num primeiro momento,pareciam confusos e desconexos,mas, os elementos latentes viriam a surgir em outras manifestações e seriam elaborados a posteriori. Este processo não cessou mais... Acredito que tudo isso foi possível e está sendo

Lançamento do livro “Ditadura Civil-Militar no Brasil - o que a psicanálise tem a dizer”

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No dia 20 de agosto ocorreu o  lançamento do livro “Ditadura Civil-Militar no Brasil - o que a psicanálise tem a dizer”, organizado Dodora e Flávio Ferraz (São Paulo: Sedes Sapientiae/Editora Escuta, 2016). No  evento organizado pelo Departamento de  Psicanálise/Instituto Sedes Sapientiae houve  um debate sobre o tema do livro com a participação de alguns de seus autores. O Blog, dando continuidade à série “Conversa sobre Psicanálise e Política”, convidou uma das debatedoras para compartilhar conosco um pouco deste debate. Confiram a seguir um recorte do texto apresentado por Marlucia Melo Meireles na ocasião. Nossos pacientes são os mesmos de antigamente? Em diversos lugares do mundo contemporâneo, sofremos com a ruptura da frágil coesão que garante a integração na malha social. Há um ódio consentido, gerador de modalidades de conduta particulares, explicitamente fomentado por uma paixão brutal pela destruição do outro. No Brasil vivemos, no atual momento, também uma

Conversas sobre Psicanálise e Política: Tales Ab'saber fala sobre o psicanalista e a política

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A série "Conversas sobre Psicanálise e Política" está de volta! Desta vez a equipe do Blog foi conversar com Tales Ab'saber sobre o tema de nosso debate. O psicanalista retorna a Freud e relembra os modos como este se posicionou frente às questões políticas de seu tempo como a guerra e o nazismo e reflete sobre a posição do analista em relação à política no atual contexto do Brasil. Confiram o vídeo a seguir.                                                                             por Peu Robles e Luiza Sigulem

Paternidades IV: Pai e filho, por Rodrigo Savazoni

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Encerramos o mês de agosto com nosso último post sobre "Paternidades". Vejam o relato da experiência de ser pai de Rodrigo Savazon i que, além de pai, é escritor, realizador multimídia, pesquisador e ativista. Pai e filho Tinha 23 anos e estava de ressaca quando Lia, minha companheira, me despertou com a notícia de que seu teste de gravidez dera positivo. Não quis levantar. Enfiei minha cabeça sob o travesseiro e segui dormindo. Liguei para minha chefe e disse que não iria trabalhar. Voltei para a cama e fui acometido de um surto que durou cerca de 48 horas. Nesses dois dias poderia ter escrito um compêndio de oito tomos sobre a destruição da juventude pela paternidade, tal era meu desespero. Era setembro de 2003, vivíamos em Brasília participando dos primeiros dias do governo Lula e estávamos imersos em uma esperança que hoje nos parece tão distante, mas que à época nos permitia sonhar com um novo futuro. Nenhum de meus amigos era pai. Ninguém da minha idade tinha

Paternidades III: Paternidade e cânones atuais, por Ricardo Gomides

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Nesse e no nosso próximo post sobre o tema Paternidades apresentamos o relato de dois papais sobre sua prórpia experiência. Boa leitura! Paternidade e cânones atuais Diante da proposta de pensar minha experiência de paternidade, iniciada há pouco mais de 8 meses, curiosamente me veio a associação com a “angústia de influência” de Harold Bloom. De algum modo nós, que criamos nossos filhos, sofreríamos algo similar aos literatos quando criam suas obras. A teoria deste crítico aponta uma dificuldade no caminho de formação dos escritores: superar a influência de seus mestres literários, os cânones da escrita exemplar, para conseguirem atingir um estilo próprio. Penso que os pais recém-chegados a esta seara sofrem com a influência de seus outros cânones. Confesso que alguns deles me eram completamente desconhecidos até bem pouco tempo atrás – o que não diminui em nada sua capacidade de domínio. Acredito que vale a pena falarmos de algumas destas referências capazes de constitui

Paternidades: "Sobre o padrasto", um texto de Lia Pitliuk

SOBRE O PADRASTO Veja a seguir uma adaptação do texto “Winnicott e as novas configurações familiares” de Lia Pitliuk , apresentado no X Encontro Brasileiro sobre o pensamento de D. W. Winnicott, que ocorreu em São Paulo em 5 de setembro de 2015. Essa nova versão foi feita especialmente para compor as reflexões acerca da paternidade no  Blog do Departamento . Confiram! Com o objetivo de trazer uma situação simples para clarear como enxergamos e como trabalhamos as assim chamadas ‘novas configurações familiares, escolhi falar do padrasto. Essa escolha foi disparada por uma cena que aconteceu no meu consultório, numa consulta com um casal.   Trata-se de uma situação já corriqueira para nós, a de um padrasto à procura de uma analista para sua enteada. Na consulta do casal comigo fico sabendo que estão separados há mais de um ano e emerge uma necessidade grande dos dois de processarem sua história de casal, o que fazemos por várias consultas. Em um desses encontros a mãe diz ‘v

Paternidades: Pais para que? por Vera Iaconelli

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Neste mês nosso tema é "Paternidades". Estreamos com o texto de Vera Iaconelli. Imagem em fotos  https://m.facebook.com/SomosFamilias/ PAIS PRA QUE?  O termo “pais” encerra uma ambiguidade em português, podendo se referir tanto aos homens na função parental, quanto ao casal parental. Neste sentido, a pergunta do título, visa os dois sentidos, mãe/pai e pais, uma vez que um reflete diretamente no outro.  Desde o século XV, com os problemas sociais decorrentes do descaso generalizado a que estavam submetidos bebês e crianças, que se busca uma forma de se dar conta desta população. Não havendo contracepção eficaz, o aborto colocava em risco, muito mais do que hoje, a vida da mulher e obviamente as gravidezes não respondiam necessariamente ao desejo dos pais. A massa de bebês e crianças, mortas, abandonadas e entregues aos cuidados de mães mercenárias vai se tornando um problema social que aflige a todos e onera o estado. Saídas como criá-los para se to