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Mostrando postagens de outubro, 2017

Ainda sobre as manifestações de repúdio à chamada "Cura Gay"

AINDA SOBRE AS MANIFESTAÇÕES DE REPÚDIO À CHAMADA "CURA GAY". Cristina Petry Como amplamente divulgado, a decisão do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho da 14ª Vara de Justiça do Distrito Federal em 15/9/2017, através de uma liminar que suspende parte de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP - Res.: 001/1999) em que está proibido expressamente que psicólogos exerçam “qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas” e veta “eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”, provocou uma intensa onda de manifestações de repúdio nas mídias existentes e nas rodas de conversas, justamente pelas já conhecidas possíveis e abomináveis consequências deste ato, como por exemplo: sentimentos de inadequação, rejeição social, bullying, depressão, suicídios, internações compulsórias de adolescentes, medicalização desnecessária, entre outros.  Nós, profissionais da saúde, sempre nos propusemos a atender caso

Breve homenagem à obra de Wagner Schwarz

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Breve homenagem a Wagner Schwarz Alessandra Affortunati Martins Parente Na década de 60, Lygia Clark e Hélio Oiticica embarcaram em experimentações artísticas revolucionárias. Retirando a primazia do olhar sobre os outros sentidos, criaram obras nas quais estavam presentes sonoridades e aromas. Também tinham parte nas diferentes peças a sensibilidade tátil e a participação corporal dos visitantes – a ideia era evidenciar como estes não eram meros espectadores, mas integravam os trabalhos artísticos. Obras construtivas de vanguarda transformaram-se em objetos destituídos dos limites do quadro. Materializar o que se mantinha no registro virtual significava profanar a arte moderna, reduzida aos moldes que a sacralizavam. Salto que atravessava molduras, detentoras de representações sublimadas, para atingir os mais diversos fluxos do corpo. Em suma: um rasgo de invólucros limitantes para conquistar amplitudes sensoriais imprevisíveis. Penetrar, manusear e vestir obras eram

Queermuseu, MAM e o que será da vez do MASP? Fascismo e fanatismo à brasileira - Maria Silvia Bolguese

Arte, cidadania e política são temas que nos últimos meses estão em destaque e tem gerado grandes polêmicas, provocado censura (encerramento de exposições, de peças de teatro, protestos cerceadores em frente a museus), mas também manifestações a favor da liberdade de expressão (nas redes sociais e em outros meios de comunicação). O Blog publica esta semana dois textos sobre esse assunto. Confiram hoje o ótimo texto da psicanalista e colunista do Blog Maria Silvia Bolguese, membro do nosso Departamento: Queermuseu, MAM e o que será da vez do Masp?  Fascismo e fanatismo à brasileira. Queermuseu, MAM e o que será da vez do MASP? Fascismo e fanatismo à brasileira. Maria Silvia Bolguese O site  Gospel Prime  exibe a manchete: “Exposição coloca imagens de Jesus ao lado de pedofilia e zoofilia.” Na matéria, em que aparece ‘queermuseu’ traduzido por museu transviado e o banco que abrigava a exposição ganha a alcunha de ‘Satãder’, é lançada uma petição de ‘Repúdio à exposição bla

Resenha do livro "Psicanálise Entrevista" com Mara Selaibe

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O Blog do Departamento achou oportuno publicar uma pequena resenha do livro  Psicanalise Entrevista  (org. Mara Selaibe, Andréa Carvalho. São Paulo: Estação Liberdade, 2014 e 2015) citado por Renato Mezan no evento  Psicanalise Contemporanea  ocorrido no dia 19 de agosto de 2017 no Sedes Sapientiae. Confira o texto de Mara Selaibe, uma das organizadoras dos dois volumes deste livro. A propósito do evento  Psicanálise Contemporânea  recém-ocorrido no Departamento de Psicanálise do Sedes Sapientiae, o BLOG considerou que este seria um bom momento e uma nova oportunidade para tratar do livro citado por Renato Mezan naquela manhã:  Psicanálise entrevista  (org. Mara Selaibe, Andréa Carvalho. São Paulo: Estação Liberdade, 2014 e 2015). Green, Pontalis, Laplanche, Jean Oury, Mannoni, Bollas, Roudinesco, Joyce McDougall, Kernberg, Emílio Rodriguè, Marcelo Viñar, Chaim Katz, Joel Birman, Silvia Alonso, Miriam Chnaiderman estão reunidos nesta obra, juntamente a outros p

Evento sobre Psicanálise Contemporânea

Realizado pelo Departamento de Psicanálise e organizado por Christiana Freire, Gisele Senne de Moraes e Natalia Gola, aconteceu no último dia 19 de agosto no Sedes Sapientiae, o evento sobre  Psicanálise Contemporânea . À convite da organização, o  Blog do Departamento  produziu um texto em que comenta de forma resumida a fala dos palestrantes. Em sua primeira parte, o evento contou com os psicanalistas Fernando Urribarri e Renato Mezan  falando sobre o  “A Geração pós- Lacan”. Com o intuito de historiar a psicanálise em geral e a psicanálise francesa em particular, o psicanalista argentino Fernando Urribarri iniciou sua fala comentando que nós, psicanalistas sul americanos, estaríamos em uma posição privilegiada ao reconhecer a unidade do movimento pós-lacaniano e seus muitos e brilhantes psicanalistas que contribuíram de forma importante para a psicanálise contemporânea. Um convite a nos apropriarmos deste legado, longe das paixões alienantes ou das militâncias. Cita a i

"Sobre o orgulho de ser brasileiro" a colunista do Blog do Departamento Maria Laurinda Ribeiro publica um belo texto, um convite ao debate e ao esforço do pensamento

Sobre o orgulho de ser brasileiro Paulo Freire é considerado filósofo de esquerda e seu método de educação se baseia na luta de classes... Os resultados são catastróficos e  tal método já demonstrou em todas as avaliações internacionais que é um fracasso retumbante”(Stefanny Papaiano) Para que serve a utopia? Ainda temos esperança no futuro? Tantos desatinos políticos. Tantos tropeços nos discursos. Tanto poder massificante da grande mídia! Respondendo à primeira pergunta, Eduardo Galeano afirmou que a utopia “serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”. Então, vou partilhar com você, alguns passos no meu caminho pela escuta indignada da notícia citada acima. Começo pela descoberta de um livro precioso:  Como aprendi o português e outras aventuras , de Paulo Rónai. O título em si já aponta para uma aprendizagem que pode ser uma aventura e, portanto, uma descoberta, um prazer.  Paulo Rónai, num tom afetuoso e comovente, conta como foi em 1939