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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

Ao Chico, com açúcar e com afeto

Maria Silvia Borghese , professora do Curso de Psicanálise, endereça uma carta a Chico Buarque de Holanda no Blog do Departamento de Psicanálise.  Com açúcar e com afeto, sempre. AO CHICO, COM AÇÚCAR E COM AFETO. Oi Chico, tudo bem? Pensei muito – pensei e pensei – se deveria lhe escrever esta carta. Eu não conseguia me decidir, até me dar conta do que me movia, incomodava, provocava. O desejo de escrever vinha na verdade de emoções, sentimentos e angústias. Faltavam alguns passos imprescindíveis para que eu pudesse transformar o mal-estar, até corporal, em palavras. Por isso, começo dizendo logo de cara o que sinto: Chico, não deixe de cantar Com açúcar, com afeto. Estava assistindo ao documentário sobre Nara Leão, encantada pela mulher maravilhosa que ela foi. O caminho dela se enlaçava às minhas próprias lembranças, tristes e felizes ao mesmo tempo, nostálgicas e ansiosas pelo futuro. Nara nos prestou um serviço imenso ao abandonar a proteção de seu apartamento em Copacabana,

Entre sedução e inspiração: como situar o Eu? Sobre o II Colóquio Jean Laplanche Brasil

No final do ano passado não conseguimos publicar um texto escrito por Luiz Carlos Tarelho e pela nossa colega de Departamento  Ivy Semiguem Freitas de Souza de Carvalho sobre o II Colóquio Jean Laplanche Brasil: “Entre sedução e inspiração: como situar o Eu?” realizado em outubro de 2021. Ainda em tempo, vale a leitura do relato desse encontro que destaca as principais questões discutidas entre estudiosos de Jean Laplanche no Brasil.     ENTRE SEDUÇÃO E INSPIRAÇÃO: COMO SITUAR O EU? SOBRE O II COLÓQUIO JEAN LAPLANCHE BRASIL Luiz Carlos Tarelho Ivy Semiguem Freitas de Souza de Carvalho   Foi realizado nos dias 15 e 16 de outubro, em parceria com o LIPSIC, o II Colóquio Jean Laplanche Brasil, tendo como título “Entre sedução e inspiração: como situar o Eu?” O evento é uma iniciativa de estudiosos do pensamento de Jean Laplanche, que estão empenhados em dar continuidade à sua obra e a “fazê-la trabalhar”, como ele gostava de dizer. O tema do Eu foi escolhido em ressonância

Analistas podem defender posições Políticas publicamente?

Analistas podem defender posições políticas publicamente? Como posicionar-se frente a isso? Se ele se posiciona publicamente, submete seus analisandos a uma forma de invasão subjetiva, ou ao confronto de pontos de vista? A partir deste questionamento, Ivan Martins constrói um texto instigante e importante. Vale  conferir:    ANALISTAS PODEM DEFENDER POSIÇÕES POLÍTICAS PUBLICAMENTE? Toda vez que escrevo e publico alguma coisa de natureza política, (e tenho feito isso com frequência), sou obrigado a evadir uma questão que agora me proponho a enfrentar: como os pacientes se sentirão ao ter contato explícito com este aspecto das minhas ideias e da minha personalidade? Ao escrever sobre política eu não estaria, de alguma forma, rompendo um pacto de abstinência e invisibilidade, me oferecendo a eles como exemplo a ser seguido e admirado – ou, pelo contrário, como objeto de medo e raiva paranoicos, se eles pensarem de forma diferente de mim? Será que, como psicanalista, eu não dever