Ao Chico, com açúcar e com afeto
Maria Silvia Borghese , professora do Curso de Psicanálise, endereça uma carta a Chico Buarque de Holanda no Blog do Departamento de Psicanálise. Com açúcar e com afeto, sempre. AO CHICO, COM AÇÚCAR E COM AFETO. Oi Chico, tudo bem? Pensei muito – pensei e pensei – se deveria lhe escrever esta carta. Eu não conseguia me decidir, até me dar conta do que me movia, incomodava, provocava. O desejo de escrever vinha na verdade de emoções, sentimentos e angústias. Faltavam alguns passos imprescindíveis para que eu pudesse transformar o mal-estar, até corporal, em palavras. Por isso, começo dizendo logo de cara o que sinto: Chico, não deixe de cantar Com açúcar, com afeto. Estava assistindo ao documentário sobre Nara Leão, encantada pela mulher maravilhosa que ela foi. O caminho dela se enlaçava às minhas próprias lembranças, tristes e felizes ao mesmo tempo, nostálgicas e ansiosas pelo futuro. Nara nos prestou um serviço imenso ao abandonar a proteção de seu apartamento em Copacaba...