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Mostrando postagens de 2018

Crônica de Maria Laurinda Sousa - Café Brasileiro. Doce português.

Maria Laurinda de Sousa, nossa colunista do Blog do Departamento, esteve em sua terra natal e escreveu um linda crônica :  Café Brasileiro. Doce português. Confiram: Café brasileiro. Doce português. É apenas a imagem de um homem, e eu não poderia saber sua idade, nem sua cor, nem os traços de sua cara. Estou solitário com ele, e espero que ele esteja comigo Homem no mar. Crônica de Rubem Braga Gostaria de estar ao lado de Rubem Braga, na janela de sua sala, absorta como ele, olhando o mar carioca e o homem madrugador que desliza pela espuma das águas, deixando os movimentos dos braços ondularem na retina do poeta-prosador. Rubem admira a nobreza calma desse homem e se sente solidário com a missão que ele parece cumprir. “Ele certamente fazia uma coisa bela, e o fazia de um modo puro e viril”. Assim termina o cronista a elegia a esse correto irmão. Assim, gostaria eu, que fosse a missão (pretenciosa?) desta crônica: pura e correta. Não posso estar com el...

Crônica de Maria Laurinda Sousa - Viagem à Cuba em outubro de 2018 - Diário de Viagem

Nossa colunista Maria Laurinda de Sousa publica uma linda crônica sobre sua viagem à Cuba em outubro de 2018 - Diário de Viagem. Cuba revisitada. Confiram abaixo: Diário de viagem. Cuba revisitada Nenhum homem é uma ilha; inteiramente isolado, todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo...E por isso não perguntai: Por quem os sinos dobram; eles dobram por vós. John Donne. Meditação XVII Cheguei a Cuba, no meio da noite, depois de um dia de atraso devido à perda da conexão com o voo que partiria do Panamá. Aeroporto praticamente vazio. Espaço físico descuidado. Pouco acesso a informações. Falta de internet.  Um guarda prestativo ajudou-me no câmbio da moeda. Dinheiro necessário para pagar o primeiro taxi disponível. Son treinta y cinco pesos,  diz o jovem motorista descendo de um carro antigo, mal conservado, com as portas pintadas em cores diferentes. Faço as contas rapidamente – são trinta e cinco euros - e começo a discu...

Texto Fátima Vicente - "Passar para outra coisa"

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Nos dias 26 e 27 de outubro passado aconteceu o evento "CLÍNICAS REPUBLICANAS E DEMOCRÁTICAS, CLÍNICAS PÚBLICAS E ABERTAS" no Sedes Sapientiae cujas mesas eram formadas por aqueles que praticam a clínica nas ruas, nas praças, nos canteiros, nas casas, nos campos e nas florestas, nos trabalhos de recepção, de acolhimento, de cuidado e praticam a escuta, como dispositivo contra a exclusão em situações sociais críticas. Confira abaixo o lindo texto "Passar para outra coisa" escrito por Maria de  Fátima  Vicente sobre a mesa de sábado, dia 27 de outubro, à convite do Blog do Departamento. Passar para outra coisa Maria de Fatima Vicente                        Era 27 de outubro de 2018, sábado cedo. Fomos quase pontuais e precisamente atentos. No auditório do Sedes Sapientiae aconteciam leituras abertas à evocação, a pensamentos, a emoç...

Fórum de Discussão com o texto "Flores Amarelas" de Nicolas Winck

O Blog do Departamento abre seu espaço para um fórum de discussão sobre o momento atual de nosso país. Confiram abaixo o lindo texto "Flores Amarelas" de Nicolas Winck Flores amarelas Nicolas Winck Grandes escritores do século XX expressaram a dor de seu tempo tentando descrever a relação entre o sujeito e a sociedade. Essa ponte foi historicamente resumida a um conjunto de receios que permeiam os desejos, as impressões e o discurso. Fernando Pessoa publicou, em 1934, o livro Mensagem, no intuito de reconstruir e projetar de modo simbólico a história de Portugal. Foi justamente no terceiro poema da obra, denominado “Ulisses”, que o poeta consagrou uma das maiores sínteses do nosso passado ocidental: “O mito é o nada que é tudo”. Não foi a primeira vez – e obviamente não seria a última – que o fato histórico e a ficção deram as mãos. Um pouco depois, em 1940, Carlos Drummond de Andrade deu vida e público ao Sentimento do mundo. Enevoado como Pessoa, o ...

Lançamento do livro Cenas em Jogo de Renato Tardivo

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O Blog do Departamento convida a todos para o lançamento do livro  Cenas em Jogo de Renato Tardivo  que acontece hoje, dia 27 de outubro, entre 15:00 e 18:00 horas  na Livraria da Vila da Fradique Coutinho nº 915. Na ocasião haverá um debate com a participação de Camila Salles Gonçalves, membro do Departamento de Psicanálise do Sedes Sapientiae. Confira abaixo o texto de Camila sobre o livro: Em seu livro, o escritor e psicanalista Renato Tardivo convida o leitor a participar do encontro de três artes: cinema, literatura e psicanálise. Esta última, enquanto arte da interpretação. Somos presenteados com  tranças conceituais, urdidas a partir da especificidade de cada uma das linguagens  implicadas e de seus modos de construir cada narrativa  percorrida. Uma  das perspectivas,  a  partir das quais o autor comenta vários textos e filmes, tem como foco   “o campo paradoxal – reconc...

Sobre o evento Relações e objetos na Psicanálise: fundamentos e clínica

Nos dias 3 e 4 de agosto último o Departamento de Psicanálise do Sedes Sapientiae promoveu o evento  Relações e Objeto na Psicanálise: fundamentos e clínica , com a finalidade de debater o tema sob o ponto de vista histórico e crítico a partir de oticas conceituais diversificadas. Maria Silvia Bolguese fez um pequeno relato da mesa 2, que contou com os psicanalistas Ana Maria Sigal, Christian Dunker e Elisa Ulhoa Cintra. Sobre o evento Relações e objetos na Psicanálise: fundamentos e clínica   Mesa 2: Pulsões, relações e objetos: contraste de concepções “O tema das relações de objeto corresponde, na história da psicanálise, a um modo de compreensão das experiências psíquicas e afetivas dos sujeitos sempre em um campo intersubjetivo, incluindo aqui a relação transferencial.” Apesar desse modo especifico de compreender a experiência psíquica e, consequentemente, a experiência psicanalítica, a intenção dos proponentes do evento Relações e objeto na psicanáli...

Coluna “Livros da minha Vida” - “O Conto da Ilha Desconhecida” por Rodrigo Blum

Nesse texto Rodrigo Blum escolhe o “O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago como texto que marcou sua vida de leitor. Nos apresenta o caminho desde o aprendizado de menino, ao lado de seu avô na beira do rio, até a construção de uma ética que defende o direito inquestionável de sonhar. Sonhemos juntos. Navegar é preciso, viver não é preciso... Que é que queres, Por que foi que não disseste logo o que querias, Pensarás tu que eu não tenho mais nada que fazer, mas o homem só respondeu à primeira pergunta, Dá-me um barco, disse. O assombro deixou o rei a tal ponto desconcertado, que a mulher da limpeza se apressou a chegar-lhe uma cadeira de palhinha, a mesma em que ela própria se sentava quando precisava de trabalhar de linha e agulha, pois, além da limpeza, tinha também à sua responsabilidade alguns trabalhos menores de costura no palácio, como passajar as peúgas dos pajens. Mal sentado, porque a cadeira de palhinha era muito mais baixa que o trono, o rei estava a pro...