Destraumatizar: pela paz, contra o terror

O Grupo de Trabalho e Pesquisa Faces do Traumático sentem-se convocados a colocar palavras diante do horror da guerra deflagrada após os ataques do Hamas e se oferecem para atender - individualmente ou em grupo - os brasileiros afetados.

 

DESTRAUMATIZAR: PELA PAZ, CONTRA O TERROR

Se o terrorismo busca causar terror, e o acontecimento traumático é um acontecimento imprevisível, disruptivo, que ameaça a vida e coloca em risco as funções de autoconservação e autopreservação do eu, o ataque do Hamas é um ato terrorista e um acontecimento traumático que pode levar, como já está levando, a uma escalada de barbárie com consequências desumanas impensáveis. A dimensão da ilusão, a perspectiva da temporalidade, os nexos, as conexões, ficam brutalmente interrompidos deixando o sujeito exposto a um excesso difícil de elaborar.

Estudar o traumático na obra psicanalítica é também mergulhar sobre os horrores das guerras e os efeitos sobre os sobreviventes e seus descendentes. É também nos aproximar da universalidade dos sofrimentos, na trabalhosa tentativa de buscar saídas através de experiências e diálogos entre os polos em conflito, sustentando a complexidade e a humanidade dos dois lados.

Não podemos ser indiferentes à catástrofe humanitária que atualmente arrebata o Oriente Médio. Há pouco mais de uma semana, após os atentados em Israel e a declaração de guerra, ainda impactados pelo choque e horror que acompanham as notícias das vítimas, nós, do Grupo Faces do Traumático, nos sentimos convocados a colocar palavras diante do horror que testemunhamos e intervir, na medida do nosso alcance, oferecendo atendimentos individuais e grupais aos brasileiros afetados pelo terrorismo e pela guerra, na ilusão de construir um campo de trabalho e pensamento contínuo.

Informações pelo e-mail facesdotraumatico@gmail.com

 

Grupo de Trabalho e Pesquisa Faces do Traumático

Flávia Steuer, Marina Singer Figueiredo e Susan Sendyk

Com a colaboração de Myriam Uchitel e Evelyse S. Clausse

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